sábado, 6 de dezembro de 2014

Era Uma Vez... Outra vez... Mais Uma Vez; por J. F. Lisboa


Penso em você nas brechas do meu dia
Fico me perguntando se existe mais alguém
A todo tempo imagino se tu podia
Amor, pensar em mim também

Nas páginas das minhas escrituras
Vejo teu risonho rosto estampado
Alegro fico ao ver as fulguras
Teu belo olhar apaixonado

Queria poder dizer o quanto
Gosto de amar-te outrora
Estagnado no rubro canto
Atrasado aguardo a aurora

O tempo que passei te ouvindo
Não foi ao todo o bastante
Imagino se te ver dormindo
É o que preciso neste instante

Pois sei teu nome e tua idade
Mas nada sobre teu coração
O mundo inteiro é saudade
Mas pode ser paixão

Quem te viu, ainda te quer
Mais um segundo ao teu lado
Quem os viveu sabe como é
Só são bons se aproveitados

Parecem que são as horas mais felizes
E tudo perde a importância
Tua voz adocica cicatrizes
Teu sorriso lembra infância

E o tempo como meu clássico inimigo
Não me almeja mais que o amor
Cujo bilhete alerta do perigo
Mas eu nunca dou valor

Você irá embora do meu dia
E eu pedirei ao médico: alta!
Já que teu nome é sabedoria
E eu vou sentir tua falta.

domingo, 5 de outubro de 2014

Extra Oficial: PENSAR, IR, FAZER

   

     Há alguns meses, aconteceu-me um evento cataclísmico. Não foi alguém que conheci, mas que descobri, ela já estava ali há muito tempo e a única coisa que eu precisava era notá-la. Cabelos negros, pele clara, olhos castanhos, uma aparência normal para quem vê na primeira vez. E foi com essa impressão que eu fiquei dela, se eu não fosse tão cômodo talvez a história teria começado mais cedo.
     Bom, a questão é que antes eu havia descoberto uma das mais genuínas artes da humanidade: a Poesia. Aprendi a amá-la de uma forma constante, meu coração pulsava poesia, minhas veias carregavam versos e estrofes, eu me sentia ótimo porque me sentia um artista, porém sabia que demoraria bastante para me considerar um poeta. Durante esse período eu havia escrito muitos poemas de qualidade questionável (que, inclusive, estão todos disponíveis neste blog) e postado na internet, assumi um pseudônimo e tentei suprir meu vazio, o oco da minha existência, digamos de 10% foi preenchido.
     O começo foi numa convenção bem categórica onde eu costumo gostar bastante de comparecer. Eu estava perdido, por um lado, mas por outro eu existia extasiado e complexamente elétrico, eu estava com quem gostava e presenciava um evento que me alegrava. Procurei meus amigos e encontrei ela novamente, sua apresentação foi estranha e explosiva e depois ela se mandou, não a vi mais naquele dia; já era o bastante para a tudo começar.
     Disse algumas palavras, falei algumas frases engraçadas e consegui me aproximar, mostrei parte de mim e mostrei minha arte, fiquei feliz quando percebi que ganhou sua afeição. Me fez perceber o valor que a arte em geral tinha: como o teatro era comédia, mas também tragédia; como a vida era um teatro, mas também improviso; como um livro pode ser memórias, mas também realidades; e como amor pode ser melodia, mas também prosa. A toca do coelho é nada comparado com o mundo no qual ela mergulhou minha cabeça, foi como me centralizar pouco antes do horizonte de eventos de um buraco negro onde os fótons estão em órbita e você pode enxergar sua própria nuca. Foram madrugadas e amanheceres proveitosos de conversas, poesia e política, promessas e mentiras, números e variáveis, ela me completava. As coisas estavam ficando melhores, minha vida recebia algo que eu jamais imaginei ganhar. Ela dizia para eu sair do quartinho, ela mandava eu aproveitar cada segundo da minha vida, ela falava para eu ser maior do que eu era, era só fazer um esforço, já que o empurrão tinha sido dado. Um clarão lançou-se sobre minhas pálpebras e a cada minuto que eu tinha com ela, a luminosidade só aumentava, quando abri meus olhos foi que percebi o paradoxo da realidade humana: aquilo que reluzia e irradiava não estava vindo de fora, não era um holofote contra mim, mas sim meus olhos que brilhavam e que tudo era questão de usá-los para ver a verdade, para me libertar. Para ir e inspirar, ir e ouvir, ir e discutir, mas principalmente ir lá e fazer.
     E depois de saber disso, eu guardei para mim, mais um erro. Decaí. Por mais de cinco meses, eu permaneci em exílio mental, apenas respirando ao acordar, ao estudar, ao pensar. E aí meu irmão maluco chegou num sábado de laringite e vômitos dizendo “Eu assisti a palestra mais louca da minha vida!” e pesquisou no Youtube o vídeo da abertura do TEDxPortoAlegre 2010, com o jovem futurista Tiago Mattos. Eu jurava que ia encontrar gritaria, pulos, e hiperatividade, mas me frustrei. Apenas depois de muito tempo quando eu parei para estudar o vídeo, percebi que se ele tivesse dito genial em vez de louca, minha resposta cerebral tinha sido mais rápida. Com aquele discurso eu percebi que eu tinha muito o que fazer, muito o que mudar na minha vida, e novamente demorou até que acontecesse. Mas quando me veio a ideia de que eu queria trabalhar com educação e arte, um tornado levou todos os ciclos de aporrinhação e comodidade embora, eu me levantei e olhei em outro mundo, tive ideias e as pus em prática, tive sonhos e fui realizá-los, proferi o meu lema de vida, meu mantra: Quebre o círculo, inove, saia dessa zona de conforto.
     E eu pude então compartilhar do mesmo pensamento daquela guria que tanto me encantou por nunca ficar parada no mesmo lugar. Eu consegui entender o que ela tentava me mostrar. Hoje em dia eu repudio tudo que me acomoda, quando eu vejo uma situação que de cara me incomoda, eu penso na zona de conforto e no mesmo segundo levanto a bunda da cadeira e ponho-me a realizar a façanha. Quando eu vejo algo que há muito tempo está do mesmo jeito, bagunço ou mudo de formação, com isso dou a mim mesmo um loop infinito de novas portas que se abrem para conhecimento e experiência.

     A gente só tem que ir lá e fazer!

     Improbabilidade gera possibilidade.

sábado, 2 de agosto de 2014

Carta Para Minha Amada

Querida...

Uma vez, quando peguei emprestado do meu irmão o livro O Vencedor Está Só, de Paulo Coelho, vi algo em suas páginas que me tocou de alguma forma. Um diálogo no qual o protagonista, Igor Dalev, pergunta a uma vendedora de rua qual o sentido da vida, ela responde (o que, obviamente, sempre será minha resposta): Amar.
O que estou tentando dizer é que não importa o quanto eu me desligue, o quanto eu pare de amar ou o quanto eu finja que estou pouco me fudendo pras coisas ao meu redor, se eu deixar meu coração voltar a amar não será outra pessoa que ele procurará senão você.
Todavia, se você está lendo isso é porque realmente tive coragem de postar. Se eu pudesse explicar o que é o amor, usaria todo o meu talendo para isso, para você. Mas de algum jeito é impossível, e mais ainda quando se trata do meu amor por você. Várias coisas - como sua personalidade, suas atitudes, suas brincadeiras, seu jeito carinhoso, suas palavras, seu corpo, seu rosto, seu sorriso, sua juventude extrema, sua ternura, suas loucuras - contribuíram para ele nascer e crescer dentro do meu coração. Surgiu de repente, como um raio, que foi de encontro comigo sem eu saber de onde veio ou quem mandou, mas estava ali e no momento que conseguiu me infectar, mudou e transformou, as coisas nunca mais foram as mesmas; e eu entendo que é disso que você tem medo e prefere apenas a amizade, porque se não der certo nem esta existirá mais.
Isto está sendo a coisa mais difícil que tive de escrever. Não é simples de dizer, mas o farei:
Conheci alguém, foi por acaso. Não era minha intenção nem estava nos meus planos. Uma tempestade perfeita! Eu disse uma coisa, ela disse outra. E tudo foi ficando mais afetivo, o tempo passou e eu soube que queria passar o resto da minha vida naquela conversa. Agora tenho essa sensação em meu peito, pode ser ela. Ela é completamente louca de um modo que me faz sorrir. Altamente neurótica. Um tanto exigente. Ela é você, Cappuccino. Essa é a boa notícia.
A má é que não sei como vou ficar com você agora. Isso me deixa apavorado, porque se eu não te tiver a partir desse momento, sinto que vamos nos perder por aí; é um mundo grande, maligno e cheio de reviravoltas, as pessoas piscam e deixam o momento passar, o momento que poderia ter mudado tudo. Não sei o que há entre nós e também não sei dizer porque você deveria se arriscar por mim. Mas você é perfeita, sorri como se fosse sempre a primeira vez, há instantes que me faz sentir como um garotinho ingênuo... Isso já é um começo, certo?
Pela primeira vez a dizer com as palavras claras e corretas: Eu te amo.

Do seu fiel admirador, Dante.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Fantasma; por Dante Camparo


Quem és tu?
Minha alma inanimada
De corpo febril e azul
Óh!, matéria desgarrada


 Anjo, demônio, espírito

Nas cavernas habita solitária
Longe de atalhos, habilito
A pequena estrofe mortuária

Sob céu risonho e límpido
O grito se respalda
Não há líquido mais insípido
Que o sangue manchando a grinalda

As torres derradeiras
Do amanhã choroso
Lembram-me as poeiras
E os olhares maliciosos

Os quais incendeiam o céu
Tornando-o preto fosco
Desadoçando o mel
Que respinga no muro tosco

Os níveis de contenção
Alimentam cada vez mais a cede de liberdade
Corroem o coração
Que chora de saudade

Menina dos olhos escuros
Não me culpe desta maneira
Você cedeu aos impuros
E para mim tornou-se estrangeira

Mas daqui sois
Patrona irremediável
Tens prazer a dois
És beldade adorável

Nas crateras do pavor
Possui o ódio que mereces
Do mesmo jeito que o calor
Teus seios intumesce

Então vai-te por aí
Nos ares do mestre mundo
Ele te ensinará como sumir
Te mostrará, do poço, o fundo

Terá o homem que queres
Para a eternidade no Sheol
Lá és amiga das mulheres
Lá tens teu próprio hall

Pois és criatura abissal
Que me condena e me seduz
Que me faz bem e mal
Que me guia, mas não conduz

Hesito em beijar-te novamente
O desejo é o índice da submissão
Cerro de vez meus dentes
Submeto tristeza ao meu coração

 O único erro é pensar que eu poderia
Perdoar-te um dia
Estando preso a sua mania
Contido em seus braços quando não podes ser mia



domingo, 1 de junho de 2014

Mais Um Dia; por Dante Camparo

Bryan Cranston - Walter White/Heisenberg\Breaking Bad

O que você faria?
Com quem estaria?
O que diria?
Se a vida te desse apenas mais um dia...


Será que aguentaria?
Viver mais um pouco
Será que suportaria?
Ou ficaria louco?

Tudo o que você fez
Fica marcado na vida
Cada pessoa tem sua vez
De consertar uma falha esquecida
 
Voltar ao passado
E assistir a tudo
Sozinho em ambos os lados
Com o destino desnudo

Mudar o que quisesse
Fazer de novo
Tentar recuperar o que desse
Criar um rumo novo
 
Viver o tempo perdido
Rever pessoas importantes
Saber que um dia, tudo aquilo havia sido
Tudo que ele queria nesses instantes

A vida passou tão rápida
Que não houve tempo para discursos
Com alma tão ávida
E cérebro tão avulso

As pessoas foram se afastando
E o tempo começou a ser angustiante
E mesmo a toda hora tentando
Só conseguia ser mais irritante

As paredes iam se fechando
E o mundo diminuindo
Ele queria continuar caminhando
Continuar conseguindo

Mas terminou arfando
E jazeu dormindo

sábado, 24 de maio de 2014

Anjélia - Canto II; por Dante Camparo


A Querubim e Eu
 
 
Gostaria de ter tido mais tempo com você
apesar dos cortes e navalhadas
Me ensinaste o dever
de mãos atadas

Sei que não foi sua culpa
Eram apenas ordens
Amor a gente não desculpa
Tal cupido e tal totens

Seu coração transbordava de pureza
pude notar sua inocência
Apesar de sua dureza
nada camufla a essência

Seu toque de éter
seu beijo de fogo
As vezes requer
disputa e jogo

Sempre soube
que anjos eram vingativo
Por favor, não roube
ou ignore meus esquivos

A medida que o caminho me espeta
prova-se minha mortalidade
Nada mais resta a esse poeta
que sua habilidade
 
Na escrita
ou no canto
Tudo irrita
o encanto
 
De ser apenas mais um
nos reinos da Terra
Enquanto prum
lagarto sou o ser que mais erra

Oh Ameliel, onde você está?
agora que minha visão escureceu
Me estenda sua mão e me jogue no ar
não me deixe virar ateu

Não me deixe perder a fé
não me deixe desacreditar
Todos poderão fazer isso até
Minha vida acabar

Arcanjos, Querubins, Ishins e Deus
podem desacreditar de mim
Todos eles são seus
mas nenhum será assim

Comigo, se me abandonar
desejo provar que sou digno
Dos portões e do lar
Paraíso, insígnio

Se não vai me ajudar
então não quero mais seu amor
Minha visão voltará
Junto com toda a sua dor

Minha espada nunca largarei
meu escudo sempre empunharei
Do começo estarei
até o fim chegarei

terça-feira, 20 de maio de 2014

Extra Oficial: Um Sonho

       Eu tenho uma meta de postar conteúdo de sete em sete dias, mas isso que me aconteceu hoje não pude deixar para lá e esquecê-lo e, como um homem de mente velha, eu preciso escrever todas as coisas que acontecem ao meu redor para não esquecer com o tempo. Hoje era dia de prova e eu tive que ficar estudando durante toda a madrugada (sim, eu não sou normal), houve uma hora em que eu me cansei e vi que não adiantava prosseguir, meu cérebro já estava entrando em estado de suspenção e se eu continuasse, muito provavelmente, não absorveria mais nada dos livros. Então decidi me deitar, pus o cobertor sobre mim e fechei os olhos. Até aí estava indo tudo bem, normal, as mil maravilhas; porém eu havia cometido um pequeno, mas gratificante erro, naveguei pelo Youtube no canal do Gustavo Horn e encontrei um vídeo altamente interessante intitulado de O Que É Que Te Inspira? É um vídeo ótimo, claro, como todos os outro que o Gus faz, só que desta vez ele conseguiu se superar e tocou no fundo mais profundo de minha mente, a famosa e mais obscura Senhora Inspiração. Uma das coisas mais frequentes e grudentas na minha vida, como escritor e dramaturgo, eu desconsidero-a em alguns momentos e acolho-a em outros. Não se espante, contradição é a palavra de ordem na minha vida.
        Bom, voltando ao verdadeiro objetivo deste texto. Não é um assunto que mereça ser refletido e muito menos de cunho filosófico, mas mesmo assim eu ainda o relatarei. Durante meu querido e tão esperado sono eu sonhei, e foi um sonho diferente, o primeiro sonho lúcido da minha vida. Quando eu me virava para a esquerda, imagens fora de ordem e memoráveis do vídeo vinham na minha mente e me impressionavam, de vez em quando o choque era tão forte de eu abria os olhos meio assustado e me virava de lado, e quando virava vinha outros tipos de imagens, algo efêmero e turvo que atiça minha imaginação narrativa e gerava ideias para contos que não possuíam pé nem cabeça. E agora enquanto acordado só me restaram as perguntas do que foi realmente aquilo. Influência do vídeo do Gus? Minha mente me pregando uma peça? Algo externo divino ou sobrenatural? Alienígenas? Pesadelos? Sandman, Morpheus, Phobetor ou Phantasos? Minha inspiração devassa? Vai saber...!
          O importante é que ainda estou são, e como uma pessoa melancolicamente apaixonada, ainda sou um Poeta.


Paul Wesley - Stefan Salvatore/The Vampire Diaries
 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Companheiro Eterno; por Dante Camparo



Leonardo DiCaprio - Dom Cobb/A Origem

Por que me assombras?
Quando vago pelas sombras...
Por que me atormenta?
Quando fujo da tormenta...
 
E me fitam os olhos de escárnio
Com boca risonha a desdenhar
Não são os ouvidos que me assustam
Mas sim o que estão a escutar

Sei que não existe 
E na inexistência não me deixa
Completamente triste 
As vezes até se queixa

- Por que os outros não me veem?
A resposta eu não sei
- Faça com que anseiem!
E eu jamais te esquecerei

Todos se vão
Sejam por um dia ou um mês
Será que voltarão?
Essa é a pergunta da vez
 
Eu choro sem parar
E assisto as lágrimas caírem
Ouço-as gritar para o ar
Deixo sentirem

Que o tempo é mestre de tudo
Ele é quem há de responder
Enigmático agudo
Em pleno florescer

A claridade no florão
Me espanta até as unhas
Me lembra o brasão
De muitas alcunhas

E aquele clima do crepúsculo
Arrepia-me as veias
Tão libertino e sem escrúpulo
Me incendeias

Minha carne borbulhando
Como água fervente
A ti pego olhando
Em estado temente

Só aí descubro
Que sempre me invejaste
Desgraçosa esquizofrenia que encubro
Tamanha doença que me molestaste

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Poeta dos Porões; por Dante Camparo

Joseph Fiennes - William Shakespeare/Shakespeare Apaixonado
 
 
Emergido em solidão
Rodeado por querida companhia
Singular em emoção
Único em poesia
 
E não tais palavras bastam
Para eu lhe dar
Se a todos minutos que se arrastam
Estou a me supera
r
 
Ameaçado pela sociedade
Acuado pela política
Enlouquecido de excentricidade
Atormentado pela física
 
Com pena nas mãos
E papiros em mesa
Escreve em borrão
Com profunda destreza
 
O que vem a cabeça
Martela lhe os pensamentos
Retira-lhe da defesa
E lhe propõe numerosos intentos
 
Talvez não seja
Aquilo que bem lhe fará
Mas é o que deseja
E assim ele escreverá
 
 Sob a luz de velas
A ponta toca a superfície
As tintas realçam-se belas
A memorável crendice
 
Os mais formosos versos nascem
E se tornam a realidade do poeta
Tudo lhes impede que fracassem
Principalmente a arte que os interpreta
 
Separado de todo o resto
No porão desenvolve seus textos
Comigo mesmo contesto
Em vários contextos


Recolhido aos confins de sua mente
Almejando alguém que o entenda
Sempre seguindo em frente
Criando as próprias contendas

Introvertido
Sarcástico
Abatido
Estático

E as linhas correm soltas
Sem limites para parar
Incrivelmente afoitas
Com as obras a contemplar
 
Peças, livros, poesias
Poemas, músicas e sonetos
Filosofia e melodia
Em cada tom de cinzas e pretos
 
E um dia haverá de ser
Aquele que conseguiu o mundo mudar
Tendo muito poucos a temer
E milhões a confiar.

domingo, 11 de maio de 2014

A Musa dos Meus Sonhos; por J. F. Lisboa

Robert Downey Jr. e Rachel McAdams - Sherlock Holmes e Irene Adler/Sherlock Holmes
A cada palavra prescrita
São milhões de sentimentos ardentes
A cada letra escrita
São sinceras declarações frementes
E a cada frase dita
Começo meu discurso latente
De ti não consigo mais longe ficar
Meu coração não cansa mais de te amar
Minha ânsia e minha vontade é alarmante
E meu corpo de ti é amante
Se eu penso em ti, sempre estou isento
Da Mágoa, da Fúria e do Lamento
Seus olhos me seduzem
Sua voz me enfeitiça
Seus lábios me trazem
A tão esperada carícia
Seus cabelos me induzem
O mais louco desejo que me atiça
Em tua companhia
Renego tamanha hipocrisia
Minha máscara escorrega pela face
E lá se vai o meu disfarce
Até que ponto chega
Meu bel-prazer de encenar mais uma tragédia grega
Sinto que me disperso
Para todos os lugares que existem
Aquilo que é inverso
São os que a mim assistem
Naquele palco no centro do Universo
Declaro meu amor para aqueles que insistem
Pois é para ela
Que pinto em suntuosa aquarela
Que escrevo os mais belos poemas
Afastado-me dos problemas
Que desenho a abstração
Do meu dúbio coração
Quem me dera
Ouvir sua imaginação
Domar a fera
Acalmar a ilusão
Da infame megera
Que rejeita a ideia de paixão
Cochichar em seu ouvido
Como um cavalheiro desinibido
Uma inquietante charada
De cunho não desvendada
Que apesar da aparência
Engana com muita frequência
Em seus olhos mergulhar
E ver como tu vê
Sentir como é ficar
Sem amar nenhum ser
E então suplicar
Para voltar a meus olhos, encolher
Beijar tua boca
Encontrar tua língua louca
Apreciar teus lábios
Imensamente sábios
E querer só mais um pouco
Do teu sussurro rouco
Tocar em teu negro cabelo
Sentir o perfume que nele há
Trata-lo com zelo
E ser aquele que está a aguardar
Que pensaste tanto em tê-lo
Sem ao menos imaginar
Segurar sua mão
Caminhar em vão
Entrelaçar os dedos
Compartilhar segredos
Ficar no ponto mais alto, afastar o torpor
E ver o Sol, do céu, se pôr
Olhar para você
E sorrir pelo canto da boca, cética
Quando começar a chover
A nossa distância será pouca, ética
E quando a noite cair
Nossa paixão há de ser a mais poética

terça-feira, 15 de abril de 2014

Ela, Apenas Ela, Sempre Ela; por J. F. Lisboa

Jessica de Gouw e Jonathan Rhys Meyers - Mina Murray e Alexander Grayson/Dracula

E no estilo mais relaxado
Sigo escrevendo o que sinto
Do palpitar em meu coração desleixado
Ao amor que nasce tão sucinto
Incrivelmente, amorosamente tão destinado
A seguir seu próprio instinto


Há quem diga que foi à primeira vista
Há quem minta que já estava predestinado
Mas tampouco coração meu não é elitista
Tampouco cérebro meu é fadado
A única coisa que penso como artista
É dedicar a ela meu sentimento tão rebuscado

Se ela soubesse
Não seria tão difícil
Porém minha coragem me esquece
E o medo me faz de ofício
Ah! se eu pudesse...
Paixão seria um mero resquício

De um amor tão puro
Que invoca meus sonhos mais profundos
Onde cada vez mais estruturo
Meus planos oriundos
Para ter-te em meu futuro
Para dar-te todos os mundos

Eu passei minha vida inteira
Procurando você
O destino me pôs fronteira
Mas deu-me uma chance: te conhecer
Porém começaram crescer as barreiras
E meu sonho, a me corromper

Por muito tempo, eu te moldei
A mulher perfeita, a musa dos pensamentos
Nunca realmente imaginei
Que pudesse curar meus lamentos
Mas em ti em confiei
Para tirar-me do relento

Tu és minha sina
Tu és meu viver
A deusa que me fascina
A razão do meu ser
Minha paixão assassina
Meu amor renascer


Edardna Siaht, êcov oma ue. Aditemorp ahniar a. Adiv ahnim ad rehlum a é êcov. 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Exta Oficial: Um Pouco da Minha Mente

   Olá, boa noite. Acho que você já está estranhando, mas é sempre noite para mim.
   Por quê? Você vive num escuridão eterna? 
   Boa pergunta, obrigado por fazê-la. Qual é seu nome? Ganhou um ponto comigo! Agora, penso que lhe devo uma resposta, caro webspectador: Você já ouviu falar no Mito da Caverna, de Platão?
(Não? Pois bem, lhe contarei. Em um belo dia, Platão decide criar uma alegoria filosófica que explique a burrice da sociedade, e ele começa a desenvolver esse mito: Existiam 3 irmãos que viviam acorrentados dentro de uma caverna e a única visão que eles tinham eram silhuetas de pessoas que viviam na superfície, a luz solar se projetava sobre elas e derramava-se em um orifío que havia nesta caverna. Em um dia, 1 irmão conseguiu se libertar das correntes e fugiu da caverna experimentando pela primeira vez a convivência em sociedade, tal inocente maravilhou-se com aquilo e retornou a caverna para avisar aos irmãos. Porém, os 2 estavam tão bitolados pelas sombras, tão habiatuados a caverna que estranharam o comportamento do irmão e o consideraram louco, matando-o logo após.)
   E então surge na sua cabeça essa nova pergunta:
   Mas o que isso tem a ver com você? Você prefere ficar na caverna?
  Adorei você! Só faz perguntas adoráveis! E não, eu não estou na caverna, mas a escuridão tem a ver comigo sim pois eu vivo num lindo país tropical (amaldiçoado pelo calor do inferno) chamado Brasil e parece-me que a maioria das pessoas desta nação ainda permanece na caverna por livre e espontânea vontade, pois motivos para se libertarem eles já tem que dá e sobra.
    Agora que você já foi exclarecido sobre minha situação, eu gostaria de começar a falar algumas coisa sobre minha mentalidade. Você já deve ter percebido que eu não bato muito bem da cabeça, que tipo de pessoa em sã consciência criaria um blog de poemas e poesias que critiquem o governo do país. Aí está o ponto, eu simplesmente cansei de ficar sendo alienado pela TV e roubado pelos políticos. Eu não serei submisso, eu não me corromperei, antes de tudo isso eu lutarei por um país melhor. Eu já estava cansado de ver esse país ser levado pra vala pela roubalheira de alguns desgraçados. Atualmente não temos tido muitos motivos para sair de casa e clamar nossos direitos desde que O Gigante Acordou. E minha única esperança é que algum dia a imundice dos políticos e rameiras exploda com tanta violência que os inunde até os pesçocos e que se rebaixem a um pedido de ajuda, e neste momento eu me abaixarei até eles e sussurrarei um Não. Esta cidade tem medo de mim (de todos nós), pois também vimos sua verdadeira face.
   Pode até parecer discurso de ativista de sofá, mas eu quero contar a piada que eles jamais se esquecerão, pois aí sim eu saberei que ela foi boa a ponto de tocar na ferida, ativar a cara passa e espremer os calos.
   Eu quero ser lembrado antes como um patriota do que um engravatado-filho-da-puta.

      Eu falo por todos. Boa noite, internautas! Boa noite, Brasil!