sábado, 24 de maio de 2014

Anjélia - Canto II; por Dante Camparo


A Querubim e Eu
 
 
Gostaria de ter tido mais tempo com você
apesar dos cortes e navalhadas
Me ensinaste o dever
de mãos atadas

Sei que não foi sua culpa
Eram apenas ordens
Amor a gente não desculpa
Tal cupido e tal totens

Seu coração transbordava de pureza
pude notar sua inocência
Apesar de sua dureza
nada camufla a essência

Seu toque de éter
seu beijo de fogo
As vezes requer
disputa e jogo

Sempre soube
que anjos eram vingativo
Por favor, não roube
ou ignore meus esquivos

A medida que o caminho me espeta
prova-se minha mortalidade
Nada mais resta a esse poeta
que sua habilidade
 
Na escrita
ou no canto
Tudo irrita
o encanto
 
De ser apenas mais um
nos reinos da Terra
Enquanto prum
lagarto sou o ser que mais erra

Oh Ameliel, onde você está?
agora que minha visão escureceu
Me estenda sua mão e me jogue no ar
não me deixe virar ateu

Não me deixe perder a fé
não me deixe desacreditar
Todos poderão fazer isso até
Minha vida acabar

Arcanjos, Querubins, Ishins e Deus
podem desacreditar de mim
Todos eles são seus
mas nenhum será assim

Comigo, se me abandonar
desejo provar que sou digno
Dos portões e do lar
Paraíso, insígnio

Se não vai me ajudar
então não quero mais seu amor
Minha visão voltará
Junto com toda a sua dor

Minha espada nunca largarei
meu escudo sempre empunharei
Do começo estarei
até o fim chegarei

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