sábado, 29 de agosto de 2015

Extra Oficial: California's Boy

Já faz muito tempo desde que escrevi um texto para esse blog, e mais ainda que falasse de amor. Que saco! Que merda! Essa porra não existe, se você pensou que seria algo otimista, dizendo que haverá o único e verdadeiro amor, não é! É simples, você nasceu sozinho e vai morrer sozinho, e não há nada que você nem ninguém possa fazer para mudar isso. Apenas entenda e lide com essa pequena regra da vida. O amor não existe, foi apenas uma história de terror contada para as crianças malvadas, uma ilusão. Quanto mais você acredita, mais chance você tem de se decepcionar.
É engraçado, realmente seria cômico se não fosse trágico, mas é o que eu tenho para hoje. Havia um garoto aí qualquer, que ama tudo o que faz como se fosse sempre a primeira vez, ele mora numa cidadezinha litorânea, onde o Sol nasce primeiro; um garoto de olhos felinos, cabelos negros, ele está sempre em todos os lugares, observando tudo, calado, mas que infelicidade!, porque geralmente é seu coração que vive a gritar. Seu nome é Velho, e o sobrenome é Escritor, mas é tão jovem... As aparências enganam, os rumos se perdem. Ele tem seus escritos surrados, seus copos virados, seus maços amassados, suas paixões perdidas, seu âmago descontrolado e seu coração ferido. Ele é vendado pelo som de outros milhões de corações quebrados. Um coração reciclado, mas nunca salvo.
Este ano foi um ano esdrúxulo e discrepante, teve suas virtudes, mas foi repleto de desgraças. Seu primeiro concerto acabou há uns cinco meses, e atualmente não há saudades nenhuma dele nem do instrumento. O longo período que passou inerte deixaram fundas marcas e fulminantes lembranças, apesar de ter sido demorado e dolorido enfim terminou, porém a verdade é que há uma nostalgia dele, foi uma época de malucas buscas por melodias mais poderosas e poéticas, onde havia tristeza, angustia, melancolia e poesia nas coisas ao redor, nas simples coisas do dia-a-dia, houveram descobertas nunca antes experimentadas, produziu frenético, como uma forma de terapia, para esvaziar-se do tudo e encher-se com nada, expor a dor, expor todas as feridas. Leu, releu, escreveu, passou muito tempo sem compor, quebrado, enquanto amadurecia a visão, analisou o acervo de derrotas e compreendeu o que deixou para trás.
Não importa o tempo, aproveite agora
Por que uma hora vai acabar
Concertos, no mundo inteiro, acabam todos os dias
Não é o seu que vai prosperar
Nós fomos todos criados para sabermos a hora de morrer e o tempo de viver, a ingenuidade nos faz puros, a tolice nos faz cegos, nós não somos os herdeiros do amanhã, somos apenas mais outros injuriados, rejeitados e abandonados pela mente e pelo poder da compaixão, mas nós não precisamos do amor para encontrar a felicidade, nossas vidas são apenas nossas e não há porque entrega-las nas mãos de um estranho exigindo uma melhora, esse tipo de desespero estraga tudo. Merda! O amor não existe, o que existe é apenas um coração que bate dentro de uma gaiola. 
O garoto litorâneo é um sonhador, um cálido fornicador, mas um romântico está longe de ser, e um concerto ainda não é o seu lugar. Depois que passou, só restou a perdição e perda da motivação, todos os seus planos quando revisados perdem a graça, some a vontade de realiza-los, quando estava no fundo do poço não faltavam-lhe motivos para correr atrás e fazer acontecer. Tudo agora são risos e zombaria, a desconfiança tomou o lugar da paixão. As músicas não são mais significativas como antes, as pinturas e desenhos têm se tornado cada vez mais difíceis de serem concretizados, as histórias não são mais interessantes de se ler e as suas prosas estão mais rabugentas. Falta-lhes a beleza da depressão.
O único problema é que não podemos chorar para sempre.