domingo, 11 de maio de 2014

A Musa dos Meus Sonhos; por J. F. Lisboa

Robert Downey Jr. e Rachel McAdams - Sherlock Holmes e Irene Adler/Sherlock Holmes
A cada palavra prescrita
São milhões de sentimentos ardentes
A cada letra escrita
São sinceras declarações frementes
E a cada frase dita
Começo meu discurso latente
De ti não consigo mais longe ficar
Meu coração não cansa mais de te amar
Minha ânsia e minha vontade é alarmante
E meu corpo de ti é amante
Se eu penso em ti, sempre estou isento
Da Mágoa, da Fúria e do Lamento
Seus olhos me seduzem
Sua voz me enfeitiça
Seus lábios me trazem
A tão esperada carícia
Seus cabelos me induzem
O mais louco desejo que me atiça
Em tua companhia
Renego tamanha hipocrisia
Minha máscara escorrega pela face
E lá se vai o meu disfarce
Até que ponto chega
Meu bel-prazer de encenar mais uma tragédia grega
Sinto que me disperso
Para todos os lugares que existem
Aquilo que é inverso
São os que a mim assistem
Naquele palco no centro do Universo
Declaro meu amor para aqueles que insistem
Pois é para ela
Que pinto em suntuosa aquarela
Que escrevo os mais belos poemas
Afastado-me dos problemas
Que desenho a abstração
Do meu dúbio coração
Quem me dera
Ouvir sua imaginação
Domar a fera
Acalmar a ilusão
Da infame megera
Que rejeita a ideia de paixão
Cochichar em seu ouvido
Como um cavalheiro desinibido
Uma inquietante charada
De cunho não desvendada
Que apesar da aparência
Engana com muita frequência
Em seus olhos mergulhar
E ver como tu vê
Sentir como é ficar
Sem amar nenhum ser
E então suplicar
Para voltar a meus olhos, encolher
Beijar tua boca
Encontrar tua língua louca
Apreciar teus lábios
Imensamente sábios
E querer só mais um pouco
Do teu sussurro rouco
Tocar em teu negro cabelo
Sentir o perfume que nele há
Trata-lo com zelo
E ser aquele que está a aguardar
Que pensaste tanto em tê-lo
Sem ao menos imaginar
Segurar sua mão
Caminhar em vão
Entrelaçar os dedos
Compartilhar segredos
Ficar no ponto mais alto, afastar o torpor
E ver o Sol, do céu, se pôr
Olhar para você
E sorrir pelo canto da boca, cética
Quando começar a chover
A nossa distância será pouca, ética
E quando a noite cair
Nossa paixão há de ser a mais poética

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