sábado, 6 de dezembro de 2014

Era Uma Vez... Outra vez... Mais Uma Vez; por J. F. Lisboa


Penso em você nas brechas do meu dia
Fico me perguntando se existe mais alguém
A todo tempo imagino se tu podia
Amor, pensar em mim também

Nas páginas das minhas escrituras
Vejo teu risonho rosto estampado
Alegro fico ao ver as fulguras
Teu belo olhar apaixonado

Queria poder dizer o quanto
Gosto de amar-te outrora
Estagnado no rubro canto
Atrasado aguardo a aurora

O tempo que passei te ouvindo
Não foi ao todo o bastante
Imagino se te ver dormindo
É o que preciso neste instante

Pois sei teu nome e tua idade
Mas nada sobre teu coração
O mundo inteiro é saudade
Mas pode ser paixão

Quem te viu, ainda te quer
Mais um segundo ao teu lado
Quem os viveu sabe como é
Só são bons se aproveitados

Parecem que são as horas mais felizes
E tudo perde a importância
Tua voz adocica cicatrizes
Teu sorriso lembra infância

E o tempo como meu clássico inimigo
Não me almeja mais que o amor
Cujo bilhete alerta do perigo
Mas eu nunca dou valor

Você irá embora do meu dia
E eu pedirei ao médico: alta!
Já que teu nome é sabedoria
E eu vou sentir tua falta.