"Sinto a fúria de tuas palavras, mas não entendo nada do que você diz." - Otelo, o Mouro de Veneza; William Shakespeare.
sábado, 6 de dezembro de 2014
Era Uma Vez... Outra vez... Mais Uma Vez; por J. F. Lisboa
domingo, 5 de outubro de 2014
Extra Oficial: PENSAR, IR, FAZER
Há alguns meses, aconteceu-me um evento cataclísmico. Não foi alguém que conheci, mas que descobri, ela já estava ali há muito tempo e a única coisa que eu precisava era notá-la. Cabelos negros, pele clara, olhos castanhos, uma aparência normal para quem vê na primeira vez. E foi com essa impressão que eu fiquei dela, se eu não fosse tão cômodo talvez a história teria começado mais cedo.
Bom, a questão é que antes eu havia descoberto uma das mais genuínas artes da humanidade: a Poesia. Aprendi a amá-la de uma forma constante, meu coração pulsava poesia, minhas veias carregavam versos e estrofes, eu me sentia ótimo porque me sentia um artista, porém sabia que demoraria bastante para me considerar um poeta. Durante esse período eu havia escrito muitos poemas de qualidade questionável (que, inclusive, estão todos disponíveis neste blog) e postado na internet, assumi um pseudônimo e tentei suprir meu vazio, o oco da minha existência, digamos de 10% foi preenchido.
O começo foi numa convenção bem categórica onde eu costumo gostar bastante de comparecer. Eu estava perdido, por um lado, mas por outro eu existia extasiado e complexamente elétrico, eu estava com quem gostava e presenciava um evento que me alegrava. Procurei meus amigos e encontrei ela novamente, sua apresentação foi estranha e explosiva e depois ela se mandou, não a vi mais naquele dia; já era o bastante para a tudo começar.
Disse algumas palavras, falei algumas frases engraçadas e consegui me aproximar, mostrei parte de mim e mostrei minha arte, fiquei feliz quando percebi que ganhou sua afeição. Me fez perceber o valor que a arte em geral tinha: como o teatro era comédia, mas também tragédia; como a vida era um teatro, mas também improviso; como um livro pode ser memórias, mas também realidades; e como amor pode ser melodia, mas também prosa. A toca do coelho é nada comparado com o mundo no qual ela mergulhou minha cabeça, foi como me centralizar pouco antes do horizonte de eventos de um buraco negro onde os fótons estão em órbita e você pode enxergar sua própria nuca. Foram madrugadas e amanheceres proveitosos de conversas, poesia e política, promessas e mentiras, números e variáveis, ela me completava. As coisas estavam ficando melhores, minha vida recebia algo que eu jamais imaginei ganhar. Ela dizia para eu sair do quartinho, ela mandava eu aproveitar cada segundo da minha vida, ela falava para eu ser maior do que eu era, era só fazer um esforço, já que o empurrão tinha sido dado. Um clarão lançou-se sobre minhas pálpebras e a cada minuto que eu tinha com ela, a luminosidade só aumentava, quando abri meus olhos foi que percebi o paradoxo da realidade humana: aquilo que reluzia e irradiava não estava vindo de fora, não era um holofote contra mim, mas sim meus olhos que brilhavam e que tudo era questão de usá-los para ver a verdade, para me libertar. Para ir e inspirar, ir e ouvir, ir e discutir, mas principalmente ir lá e fazer.
E depois de saber disso, eu guardei para mim, mais um erro. Decaí. Por mais de cinco meses, eu permaneci em exílio mental, apenas respirando ao acordar, ao estudar, ao pensar. E aí meu irmão maluco chegou num sábado de laringite e vômitos dizendo “Eu assisti a palestra mais louca da minha vida!” e pesquisou no Youtube o vídeo da abertura do TEDxPortoAlegre 2010, com o jovem futurista Tiago Mattos. Eu jurava que ia encontrar gritaria, pulos, e hiperatividade, mas me frustrei. Apenas depois de muito tempo quando eu parei para estudar o vídeo, percebi que se ele tivesse dito genial em vez de louca, minha resposta cerebral tinha sido mais rápida. Com aquele discurso eu percebi que eu tinha muito o que fazer, muito o que mudar na minha vida, e novamente demorou até que acontecesse. Mas quando me veio a ideia de que eu queria trabalhar com educação e arte, um tornado levou todos os ciclos de aporrinhação e comodidade embora, eu me levantei e olhei em outro mundo, tive ideias e as pus em prática, tive sonhos e fui realizá-los, proferi o meu lema de vida, meu mantra: Quebre o círculo, inove, saia dessa zona de conforto.
E eu pude então compartilhar do mesmo pensamento daquela guria que tanto me encantou por nunca ficar parada no mesmo lugar. Eu consegui entender o que ela tentava me mostrar. Hoje em dia eu repudio tudo que me acomoda, quando eu vejo uma situação que de cara me incomoda, eu penso na zona de conforto e no mesmo segundo levanto a bunda da cadeira e ponho-me a realizar a façanha. Quando eu vejo algo que há muito tempo está do mesmo jeito, bagunço ou mudo de formação, com isso dou a mim mesmo um loop infinito de novas portas que se abrem para conhecimento e experiência.
Improbabilidade gera possibilidade.
sábado, 2 de agosto de 2014
Carta Para Minha Amada
Querida...
Uma vez, quando peguei emprestado do meu irmão o livro O Vencedor Está Só, de Paulo Coelho, vi algo em suas páginas que me tocou de alguma forma. Um diálogo no qual o protagonista, Igor Dalev, pergunta a uma vendedora de rua qual o sentido da vida, ela responde (o que, obviamente, sempre será minha resposta): Amar.
O que estou tentando dizer é que não importa o quanto eu me desligue, o quanto eu pare de amar ou o quanto eu finja que estou pouco me fudendo pras coisas ao meu redor, se eu deixar meu coração voltar a amar não será outra pessoa que ele procurará senão você.
Todavia, se você está lendo isso é porque realmente tive coragem de postar. Se eu pudesse explicar o que é o amor, usaria todo o meu talendo para isso, para você. Mas de algum jeito é impossível, e mais ainda quando se trata do meu amor por você. Várias coisas - como sua personalidade, suas atitudes, suas brincadeiras, seu jeito carinhoso, suas palavras, seu corpo, seu rosto, seu sorriso, sua juventude extrema, sua ternura, suas loucuras - contribuíram para ele nascer e crescer dentro do meu coração. Surgiu de repente, como um raio, que foi de encontro comigo sem eu saber de onde veio ou quem mandou, mas estava ali e no momento que conseguiu me infectar, mudou e transformou, as coisas nunca mais foram as mesmas; e eu entendo que é disso que você tem medo e prefere apenas a amizade, porque se não der certo nem esta existirá mais.
Isto está sendo a coisa mais difícil que tive de escrever. Não é simples de dizer, mas o farei:
Conheci alguém, foi por acaso. Não era minha intenção nem estava nos meus planos. Uma tempestade perfeita! Eu disse uma coisa, ela disse outra. E tudo foi ficando mais afetivo, o tempo passou e eu soube que queria passar o resto da minha vida naquela conversa. Agora tenho essa sensação em meu peito, pode ser ela. Ela é completamente louca de um modo que me faz sorrir. Altamente neurótica. Um tanto exigente. Ela é você, Cappuccino. Essa é a boa notícia.
A má é que não sei como vou ficar com você agora. Isso me deixa apavorado, porque se eu não te tiver a partir desse momento, sinto que vamos nos perder por aí; é um mundo grande, maligno e cheio de reviravoltas, as pessoas piscam e deixam o momento passar, o momento que poderia ter mudado tudo. Não sei o que há entre nós e também não sei dizer porque você deveria se arriscar por mim. Mas você é perfeita, sorri como se fosse sempre a primeira vez, há instantes que me faz sentir como um garotinho ingênuo... Isso já é um começo, certo?
Pela primeira vez a dizer com as palavras claras e corretas: Eu te amo.
Do seu fiel admirador, Dante.
terça-feira, 29 de julho de 2014
Fantasma; por Dante Camparo
Anjo, demônio, espírito
Sob céu risonho e límpido
As torres derradeiras
Os quais incendeiam o céu
Os níveis de contenção
Menina dos olhos escuros
Mas daqui sois
Nas crateras do pavor
Então vai-te por aí
Terá o homem que queres
Pois és criatura abissal
Hesito em beijar-te novamente
O único erro é pensar que eu poderia
domingo, 1 de junho de 2014
Mais Um Dia; por Dante Camparo
![]() |
Bryan Cranston - Walter White/Heisenberg\Breaking Bad |
Se a vida te desse apenas mais um dia...
Mudar o que quisesse
A vida passou tão rápida
As pessoas foram se afastando
As paredes iam se fechando
Mas terminou arfando
sábado, 24 de maio de 2014
Anjélia - Canto II; por Dante Camparo
Me estenda sua mão e me jogue no ar
terça-feira, 20 de maio de 2014
Extra Oficial: Um Sonho
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Companheiro Eterno; por Dante Camparo
![]() |
Leonardo DiCaprio - Dom Cobb/A Origem |
Mas sim o que estão a escutar
Sei que não existe
- Por que os outros não me veem?
Todos se vão
Será que voltarão?
E assisto as lágrimas caírem
Que o tempo é mestre de tudo
A claridade no florão
E aquele clima do crepúsculo
Minha carne borbulhando
Só aí descubro
quinta-feira, 15 de maio de 2014
O Poeta dos Porões; por Dante Camparo
![]() |
Joseph Fiennes - William Shakespeare/Shakespeare Apaixonado |
Rodeado por querida companhia
Singular em emoção
Único em poesia
Para eu lhe dar
Se a todos minutos que se arrastam
Estou a me superar
Acuado pela política
Enlouquecido de excentricidade
Atormentado pela física
E papiros em mesa
Escreve em borrão
Com profunda destreza
Martela lhe os pensamentos
Retira-lhe da defesa
E lhe propõe numerosos intentos
Aquilo que bem lhe fará
Mas é o que deseja
E assim ele escreverá
A ponta toca a superfície
As tintas realçam-se belas
A memorável crendice
E se tornam a realidade do poeta
Tudo lhes impede que fracassem
Principalmente a arte que os interpreta
No porão desenvolve seus textos
Comigo mesmo contesto
Em vários contextos
Recolhido aos confins de sua mente
Almejando alguém que o entenda
Sempre seguindo em frente
Criando as próprias contendas
Introvertido
Sarcástico
Abatido
Estático
E as linhas correm soltas
Sem limites para parar
Incrivelmente afoitas
Com as obras a contemplar
Poemas, músicas e sonetos
Filosofia e melodia
Em cada tom de cinzas e pretos
Aquele que conseguiu o mundo mudar
Tendo muito poucos a temer
E milhões a confiar.
domingo, 11 de maio de 2014
A Musa dos Meus Sonhos; por J. F. Lisboa
![]() |
Robert Downey Jr. e Rachel McAdams - Sherlock Holmes e Irene Adler/Sherlock Holmes |
São milhões de sentimentos ardentes
A cada letra escrita
São sinceras declarações frementes
E a cada frase dita
Começo meu discurso latente
Meu coração não cansa mais de te amar
Minha ânsia e minha vontade é alarmante
E meu corpo de ti é amante
Se eu penso em ti, sempre estou isento
Da Mágoa, da Fúria e do Lamento
Sua voz me enfeitiça
Seus lábios me trazem
A tão esperada carícia
Seus cabelos me induzem
O mais louco desejo que me atiça
Renego tamanha hipocrisia
Minha máscara escorrega pela face
E lá se vai o meu disfarce
Até que ponto chega
Meu bel-prazer de encenar mais uma tragédia grega
Para todos os lugares que existem
Aquilo que é inverso
São os que a mim assistem
Naquele palco no centro do Universo
Declaro meu amor para aqueles que insistem
Que pinto em suntuosa aquarela
Que escrevo os mais belos poemas
Afastado-me dos problemas
Que desenho a abstração
Do meu dúbio coração
Ouvir sua imaginação
Domar a fera
Acalmar a ilusão
Da infame megera
Que rejeita a ideia de paixão
Como um cavalheiro desinibido
Uma inquietante charada
De cunho não desvendada
Que apesar da aparência
Engana com muita frequência
E ver como tu vê
Sentir como é ficar
Sem amar nenhum ser
E então suplicar
Para voltar a meus olhos, encolher
Encontrar tua língua louca
Apreciar teus lábios
Imensamente sábios
E querer só mais um pouco
Do teu sussurro rouco
Sentir o perfume que nele há
Trata-lo com zelo
E ser aquele que está a aguardar
Que pensaste tanto em tê-lo
Sem ao menos imaginar
Caminhar em vão
Entrelaçar os dedos
Compartilhar segredos
Ficar no ponto mais alto, afastar o torpor
E ver o Sol, do céu, se pôr
E sorrir pelo canto da boca, cética
Quando começar a chover
A nossa distância será pouca, ética
E quando a noite cair
Nossa paixão há de ser a mais poética
terça-feira, 15 de abril de 2014
Ela, Apenas Ela, Sempre Ela; por J. F. Lisboa
![]() |
Jessica de Gouw e Jonathan Rhys Meyers - Mina Murray e Alexander Grayson/Dracula |