quarta-feira, 1 de julho de 2015

Norte Afônico; por J. F. Lisboa

John Lennon
 
Para muito distante
Ora morena, ora ruiva
Tantas vozes a cada instante
Caindo sobre mim como chuva
 
Eu também poderia cair
Cair de cabeça em amor
As rosas do mundo podem sumir
Mas nunca um sentimento incolor
 
Paixão, quem diria outra vez
Convulsão de compulsões roucas
Já não  pulsei por isso este mês?
Perturbam-me memórias tão poucas
 
Nações e povos há muito ruíram
Por esse indistinto sentimento
Mil muralhas já se ergueram
Pela sua ausência, consequente sofrimento
 
Então fale com a minha alma
Junte-se a minha antiga caverna
Seja, na tempestade, a minha calma
Seja, em minha vida, uma alegria eterna
 
Já passou-se uma eternidade
E a essência jamais mudou
Sei que estou fora da realidade
E é mentira a história de amor
 
Mas só peço uma vez, uma vez mais
Fique comigo neste frio leito
Minha razão em sua palma se desfaz
Coração vadio foge de meu peito

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